quinta-feira, 20 de maio de 2010

Rio Branco Acre Divisão Regional de Áreas Urbanas REGIONAL II

A Regional II tem como característica principal a sua centralidade em relação às demais.


É a que apresenta melhor condição de infraestrutura em geral. Porém, para o curioso e questionador aprendiz está é uma regional de contrastes. Em espaços muito próximos encontramos residências de médio e alto padrão, mas ao finalizar a rua já se encontra uma casinha simples, de quem possui muito poucos recursos financeiros.



Também encontramos o contraste entre as ruas tranqüilas do Bairro Tropical e a confusão de barulhos nos cruzamentos do Bosque e Centro. As ruas limpas e organizadas da Vila Ivonete com o abandono gritante de esgotos abertos da Baixada do Habitasa.




Por fim concluímos que essa é uma Regional entre rios, pois grande parte de sua delimitação termina nas margens do Igarapé são Francisco e do Rio Acre, e justamente nesses espaços, é que se encontram as maiores demandas por infraestrutura, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.



FAAO – Faculdade da Amazônia Ocidental, Curso de Arquitetura e Urbanismo.
ORIENTADORA: Profa.: Ana Cunha Araújo.
DISCIPLINAS: Planejamento Urbano e Regional e Infraestrutura Urbana.
SÉRIE: 3o Ano.
ALUNOS: Cleide Glowaski, Elanny Cristina e LLayla Araújo.



Pesquisa feita em março de 2009.

INTERAÇÃO URBANO-RURAL Rio Branco - Acre

domingo, 9 de maio de 2010

CONVERSANDO COM ANA MARIA C. CUNHA, Profa. de Arquitetura no Acre

Prof Mário Yoshinaga
Fonte: http://colunasocial.wordpress.com/2008/page/5/


Ana, que bom saber que temos mais alguém divulgando a necessidade de entender o urbanismo de forma integrada com a sua infraestrutura urbana, sem a qual a vida urbana fica ameaçada pelo desconforto, insegurança e pela insalubridade.

Frequentemente discuto com colegas de Secretarias de Habitação, de movimento de desfavelamento e de Planejamento, quanto à necessidade de priorizar a infraestrutura sempre que pensar em obras residenciais, em especial a destinada a população de baixa renda. Para tornar a idéia folhetinesca, chego a afirmar que é preferível residir numa tenda de camping em lote inteiramente atendido por todas as redes de infraestrutura urbana, do que numa casa de alvenaria com atendimento deficiente de água, esgoto, luz e gás. No total, tem-se melhor qualidade urbana e de vida na primeira situação do que na segunda.

Ao pensar numa urbanização de área residencial atendida por redes de infraestrutura urbana, é inevitável considerar os custos da urbanização. Custos de instalação, custos de operação e de manutenção. As redes de infraestrutura são em geral concessionadas e vivem do equilibrio de consumo e tarifas, sendo que as tarifas derivam de variáveis de custos de investimentos e retorno desses investimentos. Simplificando, as concessionárias planejam recuperar seus capitais empatados, num prazo razoavelmente negociados, a um custo proporcional ao consumo. Enquanto numa Avenida Paulista um investimento é rapidamente recuperado pelo alto consumo de energia, no exemplo de um caso de rede elétrica, num bairro de periferia o baixo consumo em áreas de baixa densidade, o retorno do investimento poderá ser muito demorado. Portanto, a baixa densidade combinado com baixa renda da população é uma condição desinteressante para as concessões.

Sem essa constatação, as entidades governamentais que tratam da questão habitacional, com frequencia incorrem em ações que são evidentemente inadequadas, como a de desalojar pessoas de favelas e cortiços (de alta densidade residencial) para conjuntos residenciais com casinhas isoladas ou geminadas duas a duas (baixa densidade). Possivelmente nas favelas as pessoas tinham energia eletrica gratuita com as ligações clandestinas, e no conjunto habitacional deverão arcar com a energia medida nos relogios. Vale observar que a energia clandestinamente consumida tem seus custos, provavelmente lançadas na contabilidade de perdas ou de consumo social. No caso do conjunto habitacional, cada residencia com seu medidor exigirá mão de obra da concessionária para inspecionar as linhas, fazer leituras dos relogios e processar as contas (emissão e cobranças). Mais linhas nas ruas, maiores as possibilidades de ligações clandestinas, roubo de fios e vandalismos, cujos custos são socializados entre todos os consumidores, pois as concessionárias em geral, apesar de todas as perdas, dão lucros para os seus acionistas.

O entendimento de que a urbanização deve ser percebida também no espaço aéreo e subterraneo, e que a infraestrutura deve ser observada junto com a superestrutura (edificios) e com a gestão da cidade, é cada vez mais uma forma de busca de maior eficiencia das cidades, minimizando seus custos e maximizando seu desempenho.

Sim, temos muito que divulgar a importancia da infraestrutura urbana para os nossos colegas e administradores de cidades.

Um grande abraço.

Mário Yoshinaga

sábado, 8 de maio de 2010

GESTÃO DA CIDADE PELA PARTICIPAÇÃO POPULAR - 5

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco

1.8 Estrutura da Dissertação

O primeiro capítulo contextualiza a questão da gestão de cidades, usando como instrumento o plano diretor. Nele também se coloca a importância da participação popular no processo de tomadas de decisões em uma cidade, além da justificativa e objetivos da pesquisa, metodologia adotada, universo da amostra e forma de coleta de dados.

Para a elaboração do segundo capítulo, que trata da “gestão da cidade”, foram considerados autores e seus escritos, como Fukuyama, Petrucci e Putnam, Leonardi e Nanetti.

Ele informa que para a gestão de uma cidade deve-se considerar que as ações dos gestores precisam basear-se no conhecimento das necessidades da população local, a fim de respeitar esses interesses. Esse condicionamento é fundamental para que se atenda aos objetivos propostos pela Constituição Federal, no que diz respeito ao ordenamento e desenvolvimento das funções sociais da cidade. Por fim, esse capítulo também instrui que a participação acontece quando a população confia nos gestores e em suas motivações.

O terceiro capítulo, “regime democrático no Brasil” foi composto tomando-se como referencial teórico as obras de alguns autores: Arturi, Bobbio, Costa Bisneto, Figueiredo, Melo, Pereira, além de Petrucci, Putnam, Leonardi e Nanetti, anteriormente citados.

Esse capítulo inicia caracterizando a democracia, com o propósito de levar o leitor a partir de então, a compreender a gestão de uma cidade com o envolvimento da sociedade nela instalada. Nesse sentido, avalia-se o processo de feitura do plano diretor de Rio Branco-AC como tendo sido democrático.

Em suas divisões, de forma bem abreviada, a história da democracia no Brasil é contada, e verifica-se que ao longo dos anos muitas mudanças aconteceram, pois essa nação, que já havia experimentado a democracia passou por um período de regime autoritário para depois viver a redemocracia. No entanto, fica claro que mesmo tendo sido necessário que muitas lutas acontecessem, o direito à participação popular foi conquistado.

Para a preparação do quarto capítulo, que aborda a “participação popular”, além de autores citados anteriormente, como Bobbio, Melo, Petrucci e Putnam, Leonardi e Nanetti, também foram apreciados matéria do volume 2 da coleção Cadernos MCidades, Chalita, Dantas, Meirelles e ainda, Santos.

Este capítulo apresenta um breve relato da história da participação popular no Brasil, usando um caminho que focaliza a gestão das cidades feita com esse envolvimento. Nele também é demonstrada a relação entre participação popular e democracia.

Em sub-capítulos distintos são feitas considerações sobre como foram inseridos o tema “participação popular” na Constituição Federal e também no Estatuto da Cidade.

Para a montagem do quinto capítulo, que trata de “plano diretor”, o referencial teórico adotado foi baseado em obras escritas por Araújo, Bernardi, Do Carmo, Muniz, Neves, Schoeffel além dos planos diretores de Rio Branco-AC.

Esse capítulo inicia apresentando conceitos de plano diretor, e segue descrevendo o histórico geral brasileiro, culminando no estudo sobre a cidade de Rio Branco, e ainda, as experiências de planos diretores vividas por esta localidade.

O sexto capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos com a tabulação das respostas dadas durante as entrevistas. Nele é demonstrado quais os segmentos que foram representados no universo dessa amostra, os eventos em que os entrevistados participaram e a visão que eles possuem quanto o envolvimento da sociedade civil, população, autoridades, gestores e vereadores, além de suas opiniões com relação a divulgação da lei 1.611/06.

Ana Cunha Araújo


*Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.

Linha de Pesquisa: Gestão
Área de Concentração: Gestão Estratégica
Orientador: Professor Doutor Nelio D. Pizzolato - Universidade Federal Fluminense


Mais detalhes nas próximas postagens...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

INTERAÇÃO URBANO-RURAL Rio Branco - Acre

As mudanças na sociedade têm levado a uma variedade de interpretações em relação ao espaço rural. As percepções relacionadas ao conceito do rural e da ruralidade são muito diferenciadas.

Enquanto a economia se globaliza, surgem novas iniciativas que viabilizam processos diferenciados de desenvolvimento no espaço. Nesse novo cenário, é importante buscar ampliar o papel da ruralidade e suas relações.

Cidade e campo vêm sendo percebidos como polaridades. E nessa relação o urbano tem se mantido como dominante, enquanto que o rural, vem sendo percebido como mercadoria, capaz de gerar outras mercadorias.


O Rural Contemporâneo
A Geografia utiliza os seguintes conceitos:
* Espaço urbano – cidades, aglomerações com alta densidade populacional e técnica.
* Espaço rural – áreas não urbanizadas e ocupadas, com pequena densidade populacional.

O Espaço Rural corresponde a um meio específico, de características mais naturais do que o urbano, e é produzido a partir de uma multiplicidade de usos, onde o fator primordial é a terra ou o “espaço natural”.


Atributos definidores do rural:
*
Baixa densidade populacional;
* Predomínio de paisagens com vegetação, e de atividades agro-silvo-pastoris;
* Forte identidade territorial coletiva, que busca afirmar o rural como espaço distinto do urbano.


Atributos do espaço urbano:
*
Densificação populacional no espaço;
* A paisagem/espaço se sobrepõe ao rural ou ao “natural”;
* Todo urbano já foi rural, mas nem todo rural será urbano.


Relação Cidade/Campo
Correntes interpretativas sobre essa relação:
* Oposição entre rural e urbano – campo reflete o atraso, enquanto a cidade mostra o progresso.
* Continuum rural-urbano – a urbanização é responsável por mudanças na sociedade e por aproximar o rural do urbano.


Rururbano
No Brasil, destaca-se o conceito de rurbano ou rururbano como referência à urbanização do rural, em função da inclusão de novas atividades econômicas, especialmente as não agrícolas. Essas atividades conduzem ao “novo rural”.

O Plano Diretor de Rio Branco-Ac define a Zona Rururbana como sendo as "áreas adjacentes ao perímetro urbano onde a população residente desenvolve atividades agroflorestais e hortifrutigranjeiras e utiliza a cidade como apoio".

Mapa de Zoneamento - Plano Diretor de Rio Branco-Ac

Novo Rural
O novo rural envolve atividades que o campo não desenvolvia antes:
* Atividades não agrícolas ligadas à industria,
* Prestação de serviços diversos e
* Lazer, descanso e residência para a população urbana.

O novo rural é composto por quatro subconjuntos:
*
Agropecuária moderna – agroindústrias formando os complexos agroindustriais;
* Atividades de subsistência, bastante rudimentares – trabalhadores sem nada, excluídos;
* Atividades não agrícolas - ligadas ao lazer, moradia, e atividades industriais e de prestação de serviços;
* “Novas” atividades agropecuárias – criação de aves exóticas e ornamentação com espécies vegetais.

Também é tido por urbanização do campo a incorporação de hábitos de consumo urbanos no meio rural, não sendo necessária a existência de uma urbanização física no espaço rural. Além disso, há também a urbanização cultural, presente nos indivíduos e grupos que vivem no rural -que são as urbanidades.

Cabe ressaltar que é só a imagem do rural que se encontra próximo à natureza. Porque, apesar das paisagens rurais carregarem elementos da natureza, a tecnicização do rural ocorre de forma similar ao urbano, sem muita preocupação com o funcionamento e estabilidade dos ecossistemas.
A degradação ambiental no rural vem sendo intensa desde que se iniciou a “Revolução Verde”, em meados do século XX. É assim conhecido o processo de tecnicização da agricultura ocorrido após a Segunda Guerra Mundial.

Conseqüências do processo de modernização da agricultura:
* Desmatamentos, Queimadas,
* Erosão dos solos, Assoreamento,
* Contaminação dos rios,
* Problemas de saúde nos agricultores, entre outros impactos socioambientais.

Além de a população rural possuir suas ruralidades, a população urbana também acaba apresentando ruralidades, ligadas ao seu interesse pelo rural. Existem elementos de ruralidade em espaços urbanos, bem como elementos de urbanidade em espaços rurais.

A partir do crescimento das atividades não agrícolas no campo, intensificam-se as relações e a interdependência entre o urbano e o rural, e, por conseguinte, as urbanidades e as ruralidades.



Velhos Mitos do Rural Brasileiro

“Rural - sinônimo de atraso"
Enquanto símbolo da modernidade, o rural não se opõe ao urbano. Há no rural brasileiro ainda muito do atraso, em parte isso se dá por razões históricas, em função da forma como foi feita a nossa colonização, onde se utilizou trabalho escravo.

Há também o nascimento de um novo rural, composto pelo agronegócio e por novos sujeitos sociais:
* Neo-rurais, que exploram as novas atividades agrícolas;
* moradores de condomínios rurais de alto padrão;
* loteamentos clandestinos;

"O rural é predominantemente agrícola"
Muitas pessoas que residem em áreas rurais trabalham em atividades não agrícolas, como é o caso dos serventes de pedreiro, motoristas, caseiros, empregadas domésticas etc.

As ocupações não-agrícolas cresceram na década dos 90 a uma taxa de 3,7% ao ano, mas, tendo em vista a mecanização das atividades de colheita, o emprego agrícola vem caindo cada vez mais, a uma taxa de 1,7% ao ano. Se esse ritmo continuar, pelas projeções, no ano 2014 a maioria dos residentes rurais do país estarão ocupados em atividades não-agrícolas, como já está ocorrendo atualmente em São Paulo.

Ana Cunha Araújo

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