quarta-feira, 7 de julho de 2010

GESTÃO DA CIDADE *

Zoneamento Urbano de Rio Branco - AC
Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Branco


Assim como nosso lugar de habitação, que possui dentro de seu universo espaços para atividades diferenciadas, lugares específicos para o desenvolvimento de determinadas ações e ainda requer que tenhamos uma atitude de gerenciamento, da mesma forma, em outra escala, acontece com a cidade.

Putnam, Leonardi e Nanetti, (2002, pp.79), propõem um olhar sobre gestão de cidades através de uma avaliação do governo que leva em conta as ações, e não apenas as palavras, lembrando que “devemos estar atentos para não responsabilizar os governos por coisas que fogem ao seu controle”.

E essa passa a ser, de certa forma, uma chamada para o envolvimento das massas nas tomadas de decisões relativas ao seu meio.

Neste mesmo sentido, Putnam, Leonardi e Nanetti, (2002, pp. 19 e 25), avaliam que o desempenho de alguns governos, contribui para a “compreensão do desempenho das instituições democráticas” e questiona se o “desempenho de uma instituição depende do contexto social, econômico e cultural”, alertando que “os resultados da ação governamental, mesmo quando ela é bem planejada e implementada, podem não ser aqueles que os proponentes esperavam”.

Os Autores, asseveram ainda, que os gestores precisam “conhecer a população para que se pretenda trabalhar e suas necessidades”, revelando que “um governo mais bem informado sobre os eleitores e seus problemas pode servi-los de modo mais eficaz”. Para ele, um bom governo é aquele que “na maior parte do tempo serve aos interesses da maioria das pessoas”.

Por outro lado, Petrucci (2004), chama atenção para o fato de que para se alcançar os objetivos essenciais da política urbana estabelecidos pela Constituição Federal, que são “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar dos seus habitantes” faz-se necessário condicionar à gestão municipal democrática.

Para falar em gestão da cidade com a participação popular é necessário que se considere o capital social, que Putnam, Leonardi e Nanetti (2002, pp.117) dizem ser “as características da organização social, como confiança, normas e sistemas, que contribuam para aumentar a eficiência da sociedade” e complementam afirmando que “facilita a cooperação espontânea”.

No mesmo sentido, Fukuyama (1996, pp.21 e 22) apresenta o capital social como “a capacidade de as pessoas trabalharem em conjunto, em grupos e organizações que constituem a sociedade civil, para a prossecução de causas comuns”.

No entanto, tal participação só acontece quando a população confia nos gestores e na motivação dos mesmos ao apresentarem suas propostas, e a confiança é tida por Ferreira (2000, pp. 174) como um crédito que é dado a alguém. Dessa forma, para que a gestão de cidade aconteça com a participação da população, é necessário que esta possa confiar naqueles que estão à frente.

E por outro lado, é requisito básico a necessidade de se proporcionar condições e espaços para que haja o envolvimento das massas.

Ana Cunha Araújo


*Segundo capítulo da dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.

Linha de Pesquisa: Gestão
Área de Concentração: Gestão Estratégica
Orientador: Professor Doutor Nelio D. Pizzolato - Universidade Federal Fluminense


Consulte também:

http://planejurb.blogspot.com/2010/05/18-estrutura-da-dissertacao.html#links

http://planejurb.blogspot.com/2010/04/participacao.html#links

Mais detalhes nas próximas postagens...